terça-feira, 16 de abril de 2013

Sol phera, paçei!

Foshan. Terça-feira, 16 de abril de 2013.
Temperatura na casa dos 26ºC
Tempo nublado
Níveis de poluição e radiação em 13 na escala Chernobyl

Prezados, bom dia - boa tarde - boa noite… Tanto faz.
Amanhã vou dar um pulo na Canton Fair. Acabei ficando um pouco preocupado com meu visual, porque virei motivo de piada em conferência via skype com os amigos ontem. Nesse ensejo, resolvi me deslocar até um salão (imagina a dificuldade achar um bom barbeiro aqui), para dar um trato na juba.

Fui gentilmente recepcionado por uma galera de visual estranhamente fashion (moicanos e topetes pintados em tons de azul, violeta ou laranja), mas no interior do recinto encontravam-se gentis senhoritas de visual mais "ameno".

Gesticulei o que queria fazer e fui gentilmente tangido até o primeiro andar onde haviam algumas camas com pias de lavar cabelos: lá já se encontrava um senhor que tinha suas escassos cabelos lavados por uma mocinha. Fui instruído a me deitar e tive os cabelos lavados e praticamente o corpo inteiro massageado, além dos ouvidos limpos.

 Esse negócio dos ouvidos merece um parágrafo à parte. Essa parte foi de longe a mais esquisita: a mulher tacou água lá dentro do buraquinho do ouvido e removeu (nos dois lados). Em seguida, introduziu o que acredito que seja um cotonete - porque não ví - na minha orelha esquerda e o girou freneticamente. Me senti violado no meu âmago, sério mesmo… Achou que ela deu uma cutucada na minha alma. O procedimento foi repetido no ouvido direito: violação, giro, giro, giro, cutucada na alma. Definitivamente, não me sinto confortável com outra pessoa limpando meus ouvidos. Pronto, desabafei.

A massagem foi sensacional, tive os cabelos lavados, esfregados, acariciados, massageados e secos. Ainda rolou massagem nas costas, braços, e pernas - tudo isso sem tirar a roupa, seus maldosos.

Show de bola. Massagem finalizada, vamos ao corte.



Na verdade, eu queria uma "aparadinha". Eis que o animal pelou as laterais da cabeça e me deixou com um tufo em cima. Fiquei parecendo uma cacatua.
Sem problemas, executa-se o Plano B: Dá uma aparada com máquina. O desgraçado me deixou com o cabelo igual o do Ronaldo na copa da França. Último recurso: pela-se tudo.

Tá aí o resultado.



O animal ainda me mostrou um senhor gordo na cadeira ao lado que tinha "sofrido" o corte que ele tentara aplicar inicialmente em mim. Meu amigo, eu não sou chinês. Meu cabelo não é igual ao de um chinês. É pouco provável que o mesmo corte funcione pra mim.

Essa é uma das minhas maiores frustrações aqui: os chineses executam muito bem algumas funções por repetí-las exaustivamente. Se você solicita qualquer diferenciação o cérebro deles dá tilt.

O negócio é tão sério que uma vez pedi para tirar um tipo de bacon de um prato com vários tipos de carne, num restaurante. Tirou-se T0DAS AS CARNES. Antes disso, todavia, toda a equipe de funcionários se deslocou até a minha mesa numa desesperada tentativa de entender aquela solicitação tão esdrúxula: "Como assim, tirar o bacon?!". Tenho certeza que até hoje, quando passo lá perto, a equipe do restaurante grita: lá vem o menino do bacon!

3 comentários:

  1. Ainda bem que você é homem, se não dá certo é só raspar o cabelo e está td certo. Só imagino isso acontecendo com uma mulher... desesperador! kkkkkk

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  2. PÔ!!! Bicho esta foi PHODA...kkkkkkkkkkkk, faz até medo para pedir para aparar a barba KKKKKKKKK, ficou HardeCore, muito melhor que antes. Já sabes qual o visual que irá utilizar na China. Boa garoto...kkkkkkkk

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  3. Kkkkkkkkkk gosto do seu cabelo, maior, mas não ficou tão mal, ficou diferente.. Curti! Rsss.. Detalhe pra parte da cutucada na alma kkkkkk

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