segunda-feira, 29 de abril de 2013

Balada na China: Bozó e gan-bei!


Me falaram que eu tenho reclamado muito nos últimos posts. De fato, eu acredito que as más experiências são chocantes e acabam sendo assimiladas mais rapidamente.

Mas, contudo, entretanto, todavia, para deixar bem claro que EU GOSTO da China, vamos falar de coisas mais amenas:

No fim de semana fui convidado por um dos nossos parceiros comerciais para jantarmos e, em seguida, irmos até o GRAMMY BAR.

Já na hora da refeição a galera começou a empurrar Heineken goela abaixo. Tenho a impressão que eles querem descer cana nos gringos pra deixar a gente super-feliz ou algo assim.

Bom, só no jantar consumimos 24 garrafinhas de Heineken (apenas quatro pessoas bebendo). Além dos brindes - nesses momentos, eles gritam "gan-bei" que equivale ao "bottoms-up" do inglês (ou nosso famoso "vira!") -, eles jogam um bozó de leve sempre que há bebida na mesa. Eis que eles sempre se lascam na minha mão, porque além de ser bom de jogo, eu agüento muuuuito mais cana do que eles. Especificamente dessa vez, eu lhes apresentei a nossa famosa "porrinha". Resultado: quando chegamos na boate os chineses já estavam destruídos!

Jogaram mais algumas rodadas comigo (algumas bebendo Budweiser, outras bebendo Absolut) e acabaram apagados no sofá.

A balada aqui é muito legal em termos de estrutura e música. Estou até colocando uns vídeos aqui pra vocês terem alguma idéia do que estou falando:


Retomando, embora rolem essas performances ao vivo durante toda a noite, o chinês é muito na dele: todos ficam na sua mesinha, com seu grupo de amigos e ninguém dança… Eles nem mesmo interagem com as mesas vizinhas.

Como eu sou brasileiro e amundiçado, depois do "apagão" dos chineses da minha mesa, me desloquei para a mesa vizinha e me ofereci pra jogar com a outra "txurma" - que me recebeu de braços abertos fazendo questão encher meu copo com a própria birita todas as vezes que perdi (nesse caso foram muitas vezes, porque eu já tava lixo).

Depois de tudo isso, os chineses da minha mesa acordam como a fênix ressurgida das cinzas e me chamam para jogar denovo… "- Nam! Assim não vale, não! Vocês já dormiram e ficaram bons!"

Finalizando: a pesar das enormes diferenças culturais, as festas aqui me parecem beeeem divertidas… E ainda rolam umas atrações cabulosas - no dia 1o de maio vai ter festa no mesmo lugar com o Paul Oakenfold como DJ!

domingo, 28 de abril de 2013

Laranjadas: ATMs Famintos (#1)

ATMs famintos

Sempre gostei dos caixas eletrônicos de bancos.
São extremamente práticos e permitem que você resolva boa parte de seus problemas bancários sem precisar se deslocar até sua agência e esperar horas por algum funcionário.

… Sempre, até então:

Desde que saí do Brasil tive meus cartões engolidos por ATMs 3 vezes. Sério, 3x.
A primeira foi em Dubai: queria justamente "testar" meu cartão Visa Travel Money feito no Banco do Brasil. Fui até o caixa automático para fazer um saque. Inseri meu cartão como mandavam as instruções na tela e aguardei - por 45 minutos.
Pedi ajuda a diversas pessoas que só "davam com os ombros": te vira, peru!
Liguei pra casa, lamentei, esbravejei e solicitei emissão de um novo cartão que chegou em aproximadamente duas semanas, trazido pessoalmente pelo chefe.

A segunda foi logo a seguir, já em Foshan: novo "teste" do cartão. Inseri o cartão na máquina e aguardei por uns 15 minutos até que a tela mudasse com a mensagem de: ATM Out Of Order. Dessa vez, me desloquei até o Banco dono do ATM e obtive meu cartão de volta… Só para ter o prazer de destruí-lo materializando minha raiva, ódio e crueldade. Foi legal.

Depois dessa dupla laranjada sem gelo nem açúcar, solicitei um cartão VTM da Sol Corretora. Esse foi show! Funcionou que foi uma beleza. Até ontem… 

Me deslocava até um ponto de venda para adquirir passagens de Ferry Boat para Hong Kong, auxiliando alguns amigos que estavam com um cronograma apertado e temiam não fazê-lo a tempo. Compradas as passagens, volto ao seu encontro e resolvo parar num caixa automático para efetuar um novo saque.

Cartão na máquina > Inglês > Saque > Conta corrente > Valor > Senha.
Dinheiro sai no buraquinho. Conferência do valor. Cartão NÃO VOLTA.
Felizmente, esse ATM ficava na porta de uma agência.

Liguei para minha colega chinesa e pedi que explicasse para uma das funcionárias chinesas o que ocorreu. A mulher levou uma hora e quarenta e cinco minutos para efetuar os seguintes protocolos:

  1. Solicitar que eu apresentasse meu passaporte. Não sei nem porque. Eu estou dizendo que meu cartão ficou preso na máquina. É só ela abrir a máquina e me dar meu cartão.
  2. Aguardar que uma outra funcionária a acompanhasse até a máquina para abrir e retirar cartões presos. Havia mais um além do meu - logicamente, só um deles era internacional com bandeira VISA e tinha meu NOME COMPLETO.
  3. Haviam dois caixas funcionando e dois fechados - todos eles com vidros à prova de balas. Ao invés de abrirem um dos caixas só para me entregar o cartão, me pediram que aguardasse na fila até que um dos caixas ficasse livre.
  4. Preencher uma planilha (manualmente, não era no excel).
  5. Conferir a minha assinatura no cartão, que é na verdade uma rubrica - diferentemente do meu passaporte.
  6. Conferir meu nome no passaporte com meu nome no cartão (aqui os cartões não tem qualquer identificação do proprietário, exceto pela assinatura).
  7. Olhar minha foto do passaporte.
  8. Pedir que eu assinasse a tal planilha.
  9. Preencher o número do meu passaporte na planilha (por que diabos não fez isso no passo 4?).
  10. Me devolver o cartão.

Enquanto isso ocorria, eu batia no vidro à prova de balas e dizia no mais claro inglês e gesticulava: "-Minha senhora, esse é o MEU cartão"; "-Me devolva!"; "-Essa burocracia não faz sentido."; "-Foi SUA máquina que engoliu MEU cartão, você ainda me faz esperar mais de uma hora?!". Isso não fez com que ela agilizasse o serviço.

A partir da próxima semana vou começar a me comunicar do jeito que o mudo e a muda fazem amor:
"-Aí-uiuuiuoiu !!!"

sábado, 20 de abril de 2013

Terremoto na China

Ocorreu hoje - aproximadamente ao meio-dia (horário local) - um forte abalo sísmico na China, mais precisamente na província de Sichuan.
Segundo os noticiários que tenho acompanhando, calcula-se que tenha atingido os 7 graus na escala Richter.

Houve muita destruição, muitos mortos, feridos e desabrigados. Todavia, pelo que tenho acompanhado, já há várias equipes de resgate e assistência na região.

Cenas de resgates e de cameras de segurança mostrando o exato momento do terremoto inundam a TV nesse momento.

Obrigado aos que se preocuparam comigo: estou bem longe do epicentro. Não houve qualquer dano colateral na província onde resido que fica beeem distante (a sudeste) da região afetada.

Infelizmente, só me cabe torcer pelos que escaparam - tomara que fiquem bem.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Sol phera, paçei!

Foshan. Terça-feira, 16 de abril de 2013.
Temperatura na casa dos 26ºC
Tempo nublado
Níveis de poluição e radiação em 13 na escala Chernobyl

Prezados, bom dia - boa tarde - boa noite… Tanto faz.
Amanhã vou dar um pulo na Canton Fair. Acabei ficando um pouco preocupado com meu visual, porque virei motivo de piada em conferência via skype com os amigos ontem. Nesse ensejo, resolvi me deslocar até um salão (imagina a dificuldade achar um bom barbeiro aqui), para dar um trato na juba.

Fui gentilmente recepcionado por uma galera de visual estranhamente fashion (moicanos e topetes pintados em tons de azul, violeta ou laranja), mas no interior do recinto encontravam-se gentis senhoritas de visual mais "ameno".

Gesticulei o que queria fazer e fui gentilmente tangido até o primeiro andar onde haviam algumas camas com pias de lavar cabelos: lá já se encontrava um senhor que tinha suas escassos cabelos lavados por uma mocinha. Fui instruído a me deitar e tive os cabelos lavados e praticamente o corpo inteiro massageado, além dos ouvidos limpos.

 Esse negócio dos ouvidos merece um parágrafo à parte. Essa parte foi de longe a mais esquisita: a mulher tacou água lá dentro do buraquinho do ouvido e removeu (nos dois lados). Em seguida, introduziu o que acredito que seja um cotonete - porque não ví - na minha orelha esquerda e o girou freneticamente. Me senti violado no meu âmago, sério mesmo… Achou que ela deu uma cutucada na minha alma. O procedimento foi repetido no ouvido direito: violação, giro, giro, giro, cutucada na alma. Definitivamente, não me sinto confortável com outra pessoa limpando meus ouvidos. Pronto, desabafei.

A massagem foi sensacional, tive os cabelos lavados, esfregados, acariciados, massageados e secos. Ainda rolou massagem nas costas, braços, e pernas - tudo isso sem tirar a roupa, seus maldosos.

Show de bola. Massagem finalizada, vamos ao corte.



Na verdade, eu queria uma "aparadinha". Eis que o animal pelou as laterais da cabeça e me deixou com um tufo em cima. Fiquei parecendo uma cacatua.
Sem problemas, executa-se o Plano B: Dá uma aparada com máquina. O desgraçado me deixou com o cabelo igual o do Ronaldo na copa da França. Último recurso: pela-se tudo.

Tá aí o resultado.



O animal ainda me mostrou um senhor gordo na cadeira ao lado que tinha "sofrido" o corte que ele tentara aplicar inicialmente em mim. Meu amigo, eu não sou chinês. Meu cabelo não é igual ao de um chinês. É pouco provável que o mesmo corte funcione pra mim.

Essa é uma das minhas maiores frustrações aqui: os chineses executam muito bem algumas funções por repetí-las exaustivamente. Se você solicita qualquer diferenciação o cérebro deles dá tilt.

O negócio é tão sério que uma vez pedi para tirar um tipo de bacon de um prato com vários tipos de carne, num restaurante. Tirou-se T0DAS AS CARNES. Antes disso, todavia, toda a equipe de funcionários se deslocou até a minha mesa numa desesperada tentativa de entender aquela solicitação tão esdrúxula: "Como assim, tirar o bacon?!". Tenho certeza que até hoje, quando passo lá perto, a equipe do restaurante grita: lá vem o menino do bacon!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Questões relativas à segurança


Primeiramente, gostaria de me desculpar pela demora nos posts. Fiquem calmos que, com certeza, eles chegarão com frequência semanal.
Tive que me deslocar para uma cidade "vizinha" essa semana para me encontrar com parceiros comerciais… Andei até de trem bala, foi show! :D

Quanto à questão da segurança, aqui acontece o mesmo que em qualquer outro lugar do mundo: geralmente, quem se mete em confusão é quem procura o que não presta.

Se você está vindo à China em busca de prostitutas, drogas, armas ou qualquer outra coisa ilícita ou moralmente reprovável… Você é um sério candidato a tomar um cano gigante, por motivos óbvios - você conseguiria explicar que "Nariz de porco não é tomada" ou que "Boi deitado não é vaca" em Mandarim?

Eu também não. Por isso não me meto com nada disso.

Para um pacato cidadão, a sensação de segurança é inevitável pelos motivos abaixo:
  1. Aqui o porte de armas é terminantemente proibido. Somente militares e pessoas responsáveis por transporte de valores (EM SERVIÇO, nos dois casos) portam armas. Não lembro de ter visto policiais armados;
  2. Os locais por onde costumo transitar são sempre muito movimentados, são corredores comerciais.
  3. Ladrões não são muito queridos por aqui (diferentemente de Brasília). Se alguém tiver a menor oportunidade de pegar algum, vai descer-lhe o sarrafo!
Ainda assim, numa série de outros contextos há uma grande sensação de segurança.
Já andei em lugares semi-desertos à noite, sozinho, sem qualquer problema.
Estou começando a achar, inclusive, que os chineses têm mais medo de mim do que eu deles! Possivelmente, isso se deve à minha estatura (um pouco elevada nos padrões chineses - mas também tem chinês alto, dentre eles o Yao Ming) e ao meu outfit mais comum: botas de maníaco (uso umas Timberland de operário de construção, pra poder pisar nas poças - bem comuns com esse clima daqui - sem molhar os pés) e moletom com capuz levantado, quando não estou trabalhando.

Um dos meus colegas chineses disse que um de seus clientes já foi assaltado por um cara com faca e reagiu, sofrendo cortes nos braços. De qualquer maneira, tirando esse caso, nunca ouvi falar de qualquer assalto a gringo.

Os locais costumam colocar as mochilas e outros pertences nos porta-malas dos carros, alegando que tem gente que quebra as janelas para roubar coisas no interior do veículo. Também só me parece boato, nunca vi um caso concreto.

Para se ter uma idéia de como as coisas são aqui (na verdade, em Hong Kong), já peguei um metrô na hora do Rush, saindo de uma Apple Store até um hotel com uma sacola transparente com logotipo da Apple recheada de um MacBook Pro nas costas - sem despertar qualquer olhar de cobiça.
É, nenhum. Nem um flerte de leve. :~

Apesar de tudo isso, ainda mantenho alguns costumes de brasileiro… Dentre eles, mudar a carteira do bolso traseiro para o dianteiro em locais muito tumultuados.
Sabe como é, né?! Seguro morreu de velho... E desconfiado é vivo até hoje! ;)

sábado, 6 de abril de 2013

Dia … Ñ sei muito bem, acho que perdi as contas.


Hoje tive o primeiro dia de sol aqui em Foshan. Dava pra ver alguma coisa mais pra azul do que pra cinza no céu. Foi show! Até consegui distinguir as nuvens!

Deu até pra ver uns prédios que ficam a uns 3, talvez até 5km de distância do apartamento. Até então, só via uma névoa naquela área.

Todavia, alegria de pobre dura pouco - de Chinês dura menos ainda: o dia só ficou "limpo" por algumas horas. No início da tarde a névoa cinza retornou e já não era possível distinguir nuvens ou visualizar qualquer azul no céu.

Mesmo com o dia bonito, o vento estava muito gelado. Sair de casa só de casaco.

Hoje foi um dia de descobertas: aproveitei para conhecer um restaurante Espanhol chamado Sabor de Azahar. O dono é um espanhol, de fato. Até gastei um pouco do meu portuingnhol (português + inglês + espanhol).

A comida estava nota 10: ganhei umas tapas 0800 (não, o cara não me bateu! É assim que se chama uma entradinha de pães que eles costumam servir), bebi uma duas Estrella Galicias e me deliciei com uma Paella sensacional. Rolaram também uns "torrones" de sobremesa.


Pra curtir o banzo, passei um tempo no Jihua Park (quando descobrir os caracteres apropriados em mandarim, disponibilizo aqui) vendo o pessoal tentando soltar pipa. As pipas deles são bem diferentes: maiores e mais ousadas em termos de design - em compensação são bem menos "manobráveis" que as nossas.

No próximo post falarei da segurança/violência.

Por favor, deixem comentários aqui abaixo. Eles são muito importantes para mim :)

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Dia #30


Depois desse tempo aqui, ouso dizer que a minha maior dificuldade tem sido a língua. Certamente, terei outras broncas maiores pela frente - mas nesse exato momento o problema da comunicação tem sido um atraso no minha vida.

Aqui na província de Guangdong a língua materna é o Cantonês. Todavia, o idioma oficial da China é o Mandarim - ensinado nas escolas e universidades.

Bom, optei por aprender Mandarim por seu o idioma mais falado.
Show… Mas... E aí?
Até agora só consegui dar uma rápida olhada no livemocha.com, que me garantiu só "oi", "obrigado" e "tchau" - não sei nem dizer "por favor", imagine "desculpe"... Estou me virando na brutalidade, mesmo!

Tento absorver alguma coisa que eles falam nos restaurantes ou na rua, mas não sei nem que idioma é… O negócio é complicado.

Os caracteres, então… Lembro de ler, não sei onde, que o Mandarim tem algo em torno de 30 mil caracteres - mas sabendo algo em torno de 4-5 mil você já lê o Jornal de boa. 
Parece fácil, mas começa a complicar: o som do caractere é escrito em "Pinyin", ou seja, nossas letrinhas; quando você lê algo escrito em Pinyin pra eles, é impossível acertar a pronúncia - eles acabam sem entender nada - é bem frustrante. Quer um exemplo? 

Em português, "entrada"; Em mandarim: "入口"; Em Pinyin: "Ru Kou" (pronuncie do jeito que você imaginou). Agora escute só a maneira certa de dizer, clicando aqui.
Sentiu o drama?

Ainda piora, vejam o vídeo abaixo recomendado por minha amiga Gabi que, por coincidência, também está na China:



Sidney, seu mobral, porque você não procura um curso?
Bom, estou tentando fazer isso. O problema é que aqui (em Foshan) só tem cursos de inglês para chineses, eles nunca tem turmas de chinês para gringos :T
Possivelmente devido à maior parte dos gringos que se encontram por aqui estar meramente de passagem, fechando negócios.

Agora vamos a um exemplo prático da barreira na comunicação: estou interessado em comprar uma bicicleta para me deslocar de casa até à minha futura academia (só vou malhar depois que comprar essa bike!) e depois fazer o caminho contrário. Diariamente.

Estou querendo dar uma olhada numa Merida Matts TFS 900, ou algo parecido. Simples, é só ir até a loja, apontar para a bicicleta, entregar a calculadora pro cara colocar o preço, pagar e voltar pedalando. Só que não.
Pra chegar na loja, preciso saber onde ela fica. Aí está o "X" da questão: como diabos descubro isso?
a) Olho no google?! Péeee - resposta errada!
b) Uso um site de busca chinês, tipo o taobao.com?! Clica no link aí pra você ver…

Por enquanto estou me virando com "babás" chinesas, que me levam pros lugares e falam por mim. Mas em alguns momentos mágicos (como a compra de uma bicicleta), não queria precisar da ajuda/boa vontade de mais ninguém :T

A parada aqui é tensa, mas é show de bola!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

...Mamilos!


… Mamilos são sempre muito polêmicos.

Isso fica a uns 200 metros do escritório onde trabalho. Infelizmente não tenho vista direta para esta obra de arte.. É uma pena, porque achei de muito bom gosto - embora suspeite que quem fez tenha visto poucos peitos na vida. Em termos de erotismo, os chineses me parecem bem inocentes: seria um reflexo do bloqueio a certos domínios de internet?
Na verdade, eu não lembro de ter visto um casalzinho que seja se beijando por aqui - só ví isso acontecendo lá por Hong Kong. Sinceramente, acredito que isso se deva mais à própria cultura que a qualquer instrumento coercitivo estatal.
Então pra quem acha que o governo aqui é muito restritivo, fica essa imagem para meditar. Hahahahaha.


Tentativa de delícia #1


Bom, antes de falar de comida apresento pra vocês um "tutorial" sobre boas maneiras à mesa (pelo menos nos moldes chineses). Para não ficar falando/descrevendo, estou linkando aqui um vídeo do YouTube. Ele vem de um canal que me ensinou a maior parte do que sei sobre os costumes chineses:


Agora vamos ao tópico principal: comida na China.
  1. Da apresentação dos pratos - As porções são relativamente pequenas. O interessante é que todas as mesas tem aquela parte central giratória, para que todos possam se servir de qualquer prato. O que você pede não é exclusivamente seu - fica à disposição dos demais. Fique à vontade para provar o que quer que esteja na mesa. Obs: Se você não gostou de alguma coisa, deixe no prato; Se você devorar muito rápido, eles vão achar que você gostou e te servir mais!
  2. Das quantidades - A galera curte banquete aqui. Pedem muita comida - tanto em termos de variedade de pratos quanto em quantidade da porção. Geralmente, um banquete show de bola tem mais de 10 pratos diferentes na mesa.
  3. Dos pratos - Essa é sem dúvida a parte mais tensa. Vejam a situação: o camarada te convida para desfrutar de iguarias da região dele; ele pede quantidades cabulosas de comida; pede que você prove antes de qualquer outra pessoa na mesa; olha o tempo todo na sua cara pra ver sua reação. As iguarias são: pé de galinha ao molho mais escroto que você possa imaginar, espetinho de pardal, uma danada de uma sopa de flor de lótus com o que imagino que seja carne porco - sem gosto de nada - e a parte mais doidera: chega na mesa uma sopa de osso de boi onde ele cozinha um a um e coloca no seu prato os seguintes ingredientes (respectivamente): cabeça de peixe, bucho de boi, tripa de ganso e mais uma "ruma" de coisas que nem ouso perguntar o que eram. A boa notícia esse que ao pensar nesses troços, você imagina um gosto horrível - mas é bem tranquilo de comer. Não é gostoso o suficiente pra querer repetir. Mas dá pra comer na paz de Jah Rastafari. Eu só me flagro pensando no seguinte: o desgraçado desse peixe tem que ter um corpo; se eu estou comendo a cabeça, tem alguém comendo o filé! A mesma coisa com a galinha: se eu tô comendo o pé, tem alguém que está comendo coxa e peito! Eu adoraria saber quem é esse sacana e como ele faz pra conseguir essas partes.
Abaixo, algumas fotos das tentativas de delícia que comi até o momento.










E, para finalizar, o programa que inspirou a criação desta coluna:

Eu comi pombo aqui. Infelizmente ele não foi preparado com o mesmo requinte do Awey de Petrópolis.

:)